Emmi Pikler / Loczy

A Experiência de LÓCZY

Fundado em 1946 e dirigido por Emmi Pikler o Instituo Lóczy foi uma instituição de acolhimento de crianças órfãs de Budapeste, Hungria. Foi através de uma inovadora relação entre adultos e bebês que essa experiência se tornou referência no cuidado de crianças de 0 a 3 anos.

Emmi Pikler foi uma pediatra de família, que concluiu seus estudos em Viena, Áustria, nos anos 1920 e já tinha como concepção a integridade do indivíduo, sua saúde somática e psíquica, além de sua integração com o meio.

Observando a rotina diária dos bebês e suas famílias, constatou a impaciência e a ansiedade dos pais em relação às atividades que os bebês ainda não sabiam fazer. Ao invés de os deixarem desenvolver suas capacidades sozinhos, segundo seu próprio ritmo, os pais acreditavam que o melhor era acelerar algumas etapas. A Dra. Emmi Pickler, através da observação, descobriu o “bebê competente”, com suas diversas potencialidades. A médica tinha uma enorme confiança na criança desde seu nascimento e se interessava muito por todo processo de desenvolvimento.

Desta forma, sugeria os pais que observasse seus filhos e tomasse notas de todos os detalhes relativos à rotina da criança, facilitando reconhecimento de sua singularidade e especificidade. Ofereci ainda detalhes concretos que os ajudavam a não agir mecanicamente com o bebê, estabelecendo uma relação de respeito e confiança.

Segundo a pediatra, essa interação com a criança a possibilita se desenvolver em todo seu potencial, favorecendo a construção da auto estima, autonomia e segurança afetiva.

A criança pequena e seu corpo

A criança pequena, desde o nascimento, consegue conhecer seu corpo essencialmente de duas maneiras: por meio de tudo o que se passa com seu corpo, quer dizer, pela atividade de seu próprio corpo, e por tudo que é feito com e para seu corpo quando é pego, carregado, alimentado e lhe são dados outros cuidados corporais.

Se, durante os cuidados, o adulto der, sem cessar uma atenção particular aos sinais do bebê, e se os levar em consideração para lhe oferecer as refeições, para andar, banhar, vestir ou desvestir, ele cria, desde o início, a possibilidade de que o bebê, por sua vez, “intervenha” no processo dos cuidados e na maneira pelas quais esses cuidados serão satisfeitos, notadamente em relação à duração e ao ritmo da refeição, à quantidade e à temperatura da comida, ao ritmo dos movimentos durante o vestir, o despir, à quantidade e à temperatura da água do banho etc.

Uma boa técnica de cuidados procura propiciar à criança o sentimento de segurança de ser pega e carregada por mãos firmes e ternas que lhe permita estar em um estado de relaxamento. Esses cuidados de boa qualidade conduzem a criança ao que podemos chamar de um “estado de unidade”, a criança torna-se uma pessoa, um indivíduo.

Fonte: artigo “Quand nous touchons le corps du bébé” [pgs. 203_209].

Associação Pikler Lóczy

A Associação Pikler Lóczy da França propõe uma reflexão sobre a criança que se apóia sobre os trabalhos de Emmi Pikler, pediatra, e sobre a experiência de Lóczy, berçário que fundou em 1946, em Budapeste, na Hungria. Diversos textos e vídeos são publicados com pressupostos fundamentais e contemporâneos, que nos ajudam a aprofundar a visão atual sobre o bebê e as crianças pequenas e, além disso, promover as idéias piklerianas. Para saber mais detalhes, leia: “Introducing the Piklerian developmental approach: history and principles” por Anna Tardos, Child Psychologist